Saiba mais sobre o que é vazamento de dados e o que fazer para blindar o seu negócio em ambiente virtual.
É por meio de um cadastro em uma rede social, da finalização de uma compra ou da emissão de uma nota que são apresentadas informações pessoais na internet, para comprovar desde a identidade de uma pessoa até dados de pagamento.
No entanto, é importante lembrar que vazamentos de dados podem acontecer, não apenas por cibercriminosos, mas também por sites e empresas; nesse último exemplo, o vazamento ocorre de forma não intencional em uma parcela considerável dos casos.
Pensando nisso, é importante entender como agir de forma consciente e segura na internet, protegendo dados pessoais tanto de clientes quanto do negócio em si.
A seguir, entenda quais são as causas, formas de prevenção e o que fazer após ter sido vítima de um vazamento de dados.
Vazamento de dados: quais são as principais causas?
Geralmente, os dados são coletados em diversos repositórios virtuais, como e-commerces, para comprovar a identidade de alguém, informações financeiras, entre outras finalidades diversas: desde uma compra até o simples cadastro em uma rede social.
Por isso, entende-se que, ao fornecer qualquer tipo de dado na internet — bem como recebê-los de pessoas físicas ou jurídicas —, realiza-se um contrato entre os dois lados, em que se pressupõe existir uma confiança mútua de que todas as informações ficarão guardadas no sistema e protegidas por ele.
Entretanto, há situações em que o vazamento de dados acontece, o que gera uma série de problemas entre a pessoa usuária e a empresa que gerencia o repositório virtual em questão.
As causas de vazamento são inúmeras e podem ir desde a falha humana até a falta de segurança. Observe a seguir algumas possibilidades:
- Ataques cibernéticos: criminosos cibernéticos, usando gatilhos como ransomware e engenharia social, como explicado adiante, podem invadir sistemas de segurança para roubar informações confidenciais.
- Descuido: funcionários podem, inadvertidamente, divulgar informações confidenciais ao enviar um e-mail para um destinatário errado, deixar documentos sensíveis em uma área pública ou compartilhar informações pessoais nas mídias sociais.
- Dispositivos perdidos ou roubados: laptops, tablets e smartphones podem ser perdidos ou roubados, correndo o risco de exposição das informações que estão armazenadas neles.
- Vulnerabilidades de softwares: programas e sistemas de software podem ter brechas de segurança que permitem a invasão por agentes maliciosos.
- Ataques de phishing: são tentativas de obter informações pessoais confidenciais, como as senhas, por meio de mensagens de e-mail ou outras formas de comunicação.
- Ataques de engenharia social: envolvem o uso de técnicas psicológicas para persuadir funcionários ou indivíduos a divulgar informações confidenciais.
- Uso de senhas fracas: as fáceis de adivinhar são uma vulnerabilidade comum que pode permitir que qualquer indivíduo mal-intencionado acesse informações confidenciais.
Desse modo, é importante que pessoas empreendedoras em geral conheçam a fundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para entender como agir, caso sejam vítimas de vazamentos como esses, bem como realizar a cibersegurança de forma contínua.
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O que a LGPD diz sobre a violação de dados?
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), lei n.º 13.709, de 14 de agosto de 2018, tem como objetivo esclarecer as regras sobre o ato de dispor e tratar dados pessoais em ambiente digital, seja de pessoas físicas, seja de pessoas jurídicas, de direito público e privado.
O objetivo fundamental desse dispositivo legal é o de garantir a liberdade e a privacidade das pessoas. Nesse contexto, é entendido por lei que a violação dos dados está relacionada ao:
- Fornecimento de informações pessoais incompletas, desatualizadas ou que não são exatas;
- Compartilhamento de dados com terceiros sem o consentimento do titular;
- Uso de dados para fins diferentes do informado ao titular;
- Coleta de dados pessoais sem o consentimento do titular;
- Compra de listas com dados de terceiros, sem a sua anuência.
Sendo assim, a lei foi criada para, sobretudo, penalizar organizações públicas e privadas por meio das seguintes ações:
Danos financeiros e multas
A empresa responsável que está em desacordo com a LGPD pode sofrer consequências administrativas e até penais, caso haja um vazamento de dados.
A depender da gravidade e da causa desse incidente, podem ser instauradas multas administrativas, que variam de 2% a 10% do faturamento global da empresa — sendo que o limite máximo é de R$ 50 milhões.
Indenizações também podem ser uma opção aplicável para ressarcir os titulares, assim como a proibição do tratamento de dados, a publicidade dessa infração e a penalidade criminal, como prisão, em casos mais graves.
Prejuízo à reputação da empresa
Além dessas consequências, entende-se de que existem outras reações indiretas, como danos à reputação e prejuízos financeiros à empresa que não cumpre com o investimento em medidas de segurança para realizar a proteção dos dados pessoais de seus titulares, entre outras informações que foram repassadas por eles.
Perda de confiança dos clientes e parceiros
Outra consequência indireta possível de acontecer diante de um vazamento de dados é a perda de credibilidade e de legitimidade de clientes e de parceiros.
Como dito antes, um acontecimento desse tipo compromete a confiança e o profissionalismo do responsável, seja pessoa física, seja pessoa jurídica, que não optou por adotar medidas eficazes de proteção e salvaguarda das informações. Por conseguinte, impacta direta ou indiretamente na experiência do usuário e em seu relacionamento com a marca em questão.
No caso da LGPD, as medidas são aplicadas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por fiscalizar o cumprimento da lei. Ela tem o poder de realizar investigações e inspeções em empresas e liderar acordos e cooperações com outras autoridades de proteção de dados nacionais e internacionais.
Como um profissional pode evitar o vazamento de seus dados?
A boa notícia é que existem diferentes modos de evitar a divulgação imprópria e ilegal de uma série de informações. E, para facilitar a sua vida, separamos algumas delas a seguir:
Medidas de segurança robustas
Entre as diversas ações possíveis de serem tomadas, está o uso de firewalls, antivírus, verificação em duas etapas, adoção de um certificado SSL e criptografia de dados.
O uso de um e-mail profissional também é bastante útil para controlar mais de perto os dados e agir em caso de vazamento.
Atualização de sistemas
Não custa lembrar: sempre mantenha o software e o hardware atualizados com as últimas correções de segurança e patches de atualização.
Treinamento
Realize treinamentos regulares com sua equipe, independentemente de ela tratar ou não as informações, para garantir que todos saibam como lidar com dados confidenciais e adotem boas práticas de segurança cibernética.
Políticas de segurança fortes
Estabeleça políticas claras e rígidas para o uso de senhas fortes e de recursos adicionais por cada utilizador, como a autenticação em dois fatores; o acesso remoto e o armazenamento de informações confidenciais, especialmente para seus funcionários.
Auditorias regulares
Verifique regularmente se há vulnerabilidades nos sistemas existentes e faça testes de penetração para identificar possíveis brechas de segurança, inclusive na rede de internet utilizada por todos.
Backups atualizados
Mantenha backups regulares de seus dados para que possa recuperá-los em caso de perda ou vazamento de dados.
Monitoramento constante
Monitore regularmente o tráfego de rede e as atividades suspeitas em seus sistemas para detectar e responder rapidamente a possíveis ataques.
Como identificar o vazamento de dados em uma organização?
Já mencionamos algumas situações antes, mas vale aprofundar ainda mais! Dentre as várias iniciativas sugeridas de segurança digital para impedir a ocorrência de um possível vazamento de dados, estão:
Auditorias e teste de segurança regulares
É importante conhecer e registrar, tornando pública a informação de quem é a pessoa ou equipe responsável pelo acesso às informações, bem como pelos sistemas e aparelhos onde ficam armazenadas.
Além disso, institua o princípio do privilégio mínimo. Ou seja, é importante que o acesso aos dados disponíveis para cada pessoa e sua respectiva função no negócio seja delimitado, evitando possíveis vazamentos de informações ou seu uso indevido.
Ainda: é interessante que sejam feitos processos como auditorias e testes de segurança em sites, por especialistas experientes e de fora da organização. Assim, é válido promover uma conscientização coletiva sobre o acesso e o uso dos dados.
Ferramentas para detectar vazamentos de dados
Adicionalmente, é válido utilizar recursos tecnológicos com o objetivo de identificar um eventual vazamento de dados. Entre os existentes, estão:
- Serasa Antifraude: a ferramenta, desenvolvida por uma organização brasileira, possui uma versão gratuita e outra paga. Por meio dela, é possível monitorar a circulação dos dados de pessoas físicas e jurídicas. Na versão gratuita, realiza-se o monitoramento de e-mail para saber se está sendo utilizado numa aplicação de golpes. Já na versão paga, são verificados itens como e-mail, CPF, CNPJ, passaporte e celular em circulação na deep web, ambiente em que geralmente os dados vazados
epodem ser comercializados por e para agentes mal-intencionados.
- Have I been Pwned?: esta é uma plataforma usada para a busca de informações na deep web. Trata-se de um site que permite a realização de cadastro e monitoramento dos dados para identificar vazamentos.
- Registrato: é um sistema criado pelo Banco Central do Brasil, responsável por listar as atividades financeiras de CPFs e CNPJs brasileiros e, consequentemente, entender se foram usados por pessoas mal-intencionadas.
O que fazer após o vazamento de dados?
Se, mesmo após seguir cada uma das dicas apresentadas, o seu negócio for vítima de um vazamento de dados, é crucial adotar medidas simples, mas eficazes, como alterar senhas e contas vinculadas, de e-mail, cadastros em geral, entre outros. Além disso, utilize aplicativos que permitam uma futura verificação em duas etapas para validar o acesso.
Em determinados casos, poderá ser necessário fazer um registro de ocorrência nas autoridades cabíveis, bem como informar os usuários atingidos sobre a situação, para que eles se protejam de eventuais abordagens feitas por cibercriminosos.
Por fim, mas não menos importante, contar com recursos como um certificado SSL em seu site é bastante útil para demonstrar, a quem o acessa, que se trata de um ambiente digital confiável. Se a sua empresa ainda não faz uso do recurso, saiba que a Locaweb oferece esse tipo de serviço. Descubra as condições.