Quality Assurance deixa de ser um processo de correção de problemas e se torna estratégico para melhorar a experiência das equipes e o resultado final para os clientes

Mais do que um “caçador de bugs”, o profissional de Quality Assurance (QA) pode ter uma função essencial no desenvolvimento de software e na experiência oferecida aos clientes. Essa é a visão de Emmanuelle Richard, Quality Engineer da Gradus Tech.

 Quality Assurance: Mais do Que Apenas Busca de Bugs na Interface Com Emmanuelle Richard.
Foto: Renan Facciolo.

Palestrando durante o PHP Community Summit, evento realizado pela Locaweb com coparticipação do PHPSP, ela mostrou que a atividade de QA pode ser muito mais estratégica – e interessante – do que a de alguém que encontra problemas no desenvolvimento de software.

“Pensar em qualidade deveria ser uma tarefa de todo mundo na empresa, e criar essa cultura começa por um QA que está mais próximo do dia a dia das outras equipes”, comenta Emmanuelle.

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    O papel do QA

    Para ela, o papel tradicional do QA, de revisar softwares que estão para ser lançados (ou encontrar bugs em soluções já no mercado), é limitado. “Somos responsáveis por garantir a qualidade em várias outras áreas, como a segurança e a usabilidade”, afirma.

    Para que esse papel ampliado do QA aconteça em todo o mercado, porém, o profissional moderno precisa atuar com foco em prevenção, identificando problemas o mais cedo possível no processo de desenvolvimento.

    “O ideal é atuar em parceria com o dev para que as correções aconteçam mais cedo. De preferência, discutindo o projeto antes do início do desenvolvimento, para que possíveis problemas sejam identificados rápido. Dessa forma, todo o time sai ganhando”, acredita.

    Parceria entre QA e DEV

    Para ela, embora o QA moderno não seja um desenvolvedor de código, ele precisa atuar de forma integrada com devs, analistas e designers, em um novo modelo de trabalho.

    “É melhor fazer um check total do sistema na primeira versão operacional dele do que deixar para fazer isso lá no fim. Quanto mais cedo o QA entra no processo, de preferência ainda na ideação, mais correções são evitadas e mais integrada a equipe atua”, afirma a especialista.

    Esse é um processo que se baseia em feedback imediato, aproximando as equipes, reforçando o diálogo e dando mais agilidade ao desenvolvimento.

    Outro ponto importante para gerar mais eficiência é automatizar os testes, para aumentar a certeza de que as novas funcionalidades funcionem bem e, ao mesmo tempo, não “quebrem” o que já está no ar.

    Qualidade redefinida

    O QA moderno não deve ter qualidade somente no momento da validação do software, e sim ao longo de todo o desenvolvimento dos sistemas – começando ainda no planejamento.

    Dessa forma, o cliente final terá um produto melhor, uma experiência mais positiva e o negócio como um todo sairá ganhando.

    Foto: Renan Facciolo.

    Esse “mundo perfeito” não acontece, por acaso, porém. Para Emmanuelle, ele depende de diversos aspectos que começam nas pessoas, passam por processos e chegam à estratégia.

    É preciso, por exemplo, contar com profissionais que pensem como donos do negócio, tomando decisões com cuidado e sempre focando no que é melhor para o cliente.

    “Isso faz com que as features do sistema tenham objetivos claros, focados nas necessidades do público”, exemplifica.

    Outro ponto importante é contar com um ambiente de testes o mais parecido possível com a realidade dos clientes, além de um escopo de testes definido com estratégia, para diminuir os riscos, evitar retrabalhos e levar em conta as limitações da empresa.

    “Todo mundo tem limitações de tempo e capacidade de trabalho. Por isso, o cronograma de desenvolvimento e a alocação dos recursos precisam ser discutidos com todo o time”, explica.

    Qualidade se constrói dentro de casa

    Identificar riscos e ter uma documentação precisa que facilite o compartilhamento de conhecimento dentro do time são outros pontos importantes.

    “Temos que pensar em qualidade não somente nas entregas para os clientes, mas também dentro da empresa. Qualidade se constrói dentro de casa”, afirma a especialista.

    Relatórios, métricas claras, feedback e uma mentalidade de melhoria contínua também são essenciais para trazer cada vez mais qualidade para os sistemas e para o negócio.

    Fica claro que, nessa mentalidade moderna de QA, a qualidade precisa fazer parte de todo o ciclo de desenvolvimento de sistemas.

    Um trabalho que vai muito além…

    O profissional de QA precisa atuar em todo o processo, em parceria com os devs e demais equipes, para alinhar expectativas, definir cronogramas, revisar o design com a equipe, entender a experiência que será entregue aos clientes e faça a validação de todo o sistema antes que erros se acumulem.

    “É um trabalho que vai muito além do job de uma pessoa e que gera bons resultados para todos”, acredita Emmanuelle. Um trabalho, em grande medida, de evangelização. “Minha função, como QA, é fazer com que toda a empresa pense em qualidade e caminhe no sentido de melhorar os sistemas e gerar negócios melhores”, explica a especialista.

    O caminho é claro: quando devs, designers e demais profissionais envolvidos no desenvolvimento de software têm as questões de qualidade sempre em mente e o QA entende e respeita os fluxos dos processos, tudo flui de forma mais harmoniosa. “Cada vez mais, o QA será a empresa toda”, finaliza.

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