Cross-site scripting (XSS) é uma vulnerabilidade de segurança comum encontrada em aplicações web. Confira o que fazer para evitar.
Entre as várias vulnerabilidades que podemos encontrar em aplicações web, uma das mais graves é o XSS. Nela, uma pessoa tem a chance de injetar scripts maliciosos em páginas visitadas por outras, afetando a experiência delas.
Quer saber quais são os métodos de ataque mais comuns e como evitar o cross-site scripting? Então, continue a leitura deste artigo!
O que é XSS?
XSS é uma vulnerabilidade de segurança em aplicações web que permite a injeção de scripts maliciosos em páginas visualizadas pelos usuários. Isso ocorre quando um site ou aplicativo aceita e exibe conteúdo de entrada sem validar ou escapar adequadamente.
Chamamos de “escapar” quando uma entrada é modificada por meio de um algoritmo. Por exemplo, se você passa uma entrada “AB54Z”, que tem números e textos, em um algoritmo que só retorne números, a entrada escapada seria “54”.
Atacantes exploram essa falha para executar scripts maliciosos no navegador da vítima. O propósito é fazer com que o software acredite que o script é confiável, já que está vindo de uma origem legítima.
Esses scripts maliciosos podem roubar informações sensíveis, como cookies de sessão, redirecionar para sites maliciosos ou, até mesmo, manipular o conteúdo da página para enganar as pessoas.
Por conta disso, o XSS é uma das vulnerabilidades mais comuns e perigosas na web, destacando a importância de medidas de segurança eficazes para proteger aplicações.
Como funciona o XSS?
Basicamente, o XSS explora a confiança — tanto a que um site tem em seu conteúdo quanto a que os usuários têm na página.
Quando um script malicioso é injetado, ele é executado no navegador da vítima como se fosse um conteúdo legítimo do site. Isso permite ao atacante realizar diversas ações sem ser percebido.
Um ataque XSS básico geralmente segue as etapas a seguir.
- Identificação da vulnerabilidade: o atacante encontra um campo de entrada de usuário (como um formulário de comentário ou uma caixa de busca) que aceita entradas sem validação adequada.
- Injeção do script: então, ele injeta um script malicioso no campo de entrada.
- Execução do script: quando o usuário visualiza a página comprometida, o script malicioso é executado no navegador, aproveitando a confiança deste último no conteúdo vindo do site.
- Realização de ações maliciosas: o script pode roubar informações, redirecionar o usuário ou realizar outras ações prejudiciais.
Quais são os tipos de ataque XSS?
Por ser uma das maiores ameaças no ambiente web, o XSS pode aparecer de formas variadas. A seguir, vamos explicar algumas das principais frentes de exploração dessa vulnerabilidade.
Cross-site scripting armazenado (XSS persistente)
O XSS armazenado, também conhecido como XSS persistente, é um dos tipos mais perigosos de ataque XSS.
Nele, o script malicioso é armazenado permanentemente no servidor da aplicação, geralmente em um banco de dados ou outro local de armazenamento. Quando o conteúdo comprometido é carregado pelo usuário, o script é executado automaticamente.
Por exemplo: em um fórum online, um atacante pode postar um comentário contendo um script malicioso. Então, sempre que outro usuário visualizar aquele comentário, o script será executado, potencialmente roubando informações sensíveis ou executando outras ações maliciosas.
Cross-site scripting refletido (XSS não persistente)
O XSS refletido, também conhecido como XSS não persistente, ocorre quando o script malicioso é refletido do servidor em resposta a uma solicitação específica, como um parâmetro de URL ou um campo de formulário.
Diferentemente do XSS armazenado, o script não é armazenado no servidor, mas sim refletido de volta ao navegador da vítima.
Um exemplo comum de XSS refletido é quando um atacante envia um link contendo um script malicioso embutido em um parâmetro de URL. Quando a vítima clica no link, o servidor reflete o script de volta na resposta e o navegador o executa.
Cross-site scripting baseado em DOM
Ocorre quando a vulnerabilidade está no código do lado do cliente, geralmente em scripts JavaScript que manipulam o DOM da página.
Diferentemente dos outros tipos de XSS, o script malicioso nunca atinge o servidor, pois ele é executado no navegador.
Aqui, o atacante manipula o DOM diretamente no navegador da vítima para executar o script malicioso.
Se um script no lado do cliente processa parâmetros da URL sem validação adequada, um atacante pode injetar um script malicioso, que será executado quando o navegador processar a URL.
Cross-site scripting misto
Embora os três tipos de XSS citados sejam os mais comuns, também existem ataques que combinam elementos diferentes, conhecidos como XSS misto.
Esses ataques podem utilizar técnicas de XSS armazenado e refletido ao mesmo tempo ou combinar XSS baseado em DOM com outros métodos, para aumentar a complexidade e eficácia do ataque.
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Quais são as principais consequências de ataques XSS?
Um ataque XSS pode ter várias consequências, muitas das quais extremamente prejudiciais, tanto para os usuários quanto para a organização proprietária do site. Algumas das principais são as seguintes:
- Roubo de dados sensíveis: atacantes podem roubar cookies de sessão, credenciais de login, informações pessoais e outros dados armazenados no navegador da vítima.
- Redirecionamento para sites maliciosos: scripts maliciosos podem redirecionar usuários para sites falsos ou infectados com malware, aumentando os riscos de outras ameaças à segurança.
- Manipulação do conteúdo da página: atacantes podem alterar o que é exibido, enganando usuários e induzindo-os a realizar ações prejudiciais.
- Execução de ações em nome do usuário: scripts maliciosos podem enviar mensagens, fazer postagens ou alterar configurações.
- Comprometimento da credibilidade: ataques XSS podem danificar a reputação de uma empresa, levando as pessoas a perderem a confiança no site e nos produtos ou serviços oferecidos.
- Aumento de vulnerabilidades: scripts maliciosos podem explorar outras brechas no site, aumentando a extensão e o impacto do ataque.
Exemplo de ataque XSS
Para ilustrar como um ataque pode ocorrer, vamos considerar um exemplo clássico de XSS refletido.
- Identificação da vulnerabilidade: um site conta com um formulário de busca que exibe os resultados diretamente na página sem validar a entrada do usuário.
- Injeção do script malicioso: um atacante descobre essa brecha e cria uma URL que contém um script malicioso embutido no parâmetro de busca, como:
- Envio do link: o atacante envia o link para a vítima por e-mail, mensagem ou outro meio de comunicação.
- Execução do script: quando a vítima clica no link, o site reflete o script malicioso de volta na resposta e o navegador o executa, exibindo um alerta com a mensagem “XSS”.
Embora este exemplo seja simples e inofensivo, um script malicioso real poderia roubar cookies de sessão. Ele também tem poder para redirecionar a vítima para um site malicioso ou executar outras ações prejudiciais.
Ataques XSS estão entre as principais ameaças da atualidade no que diz respeito a um ambiente web seguro.
Como identificar se você está vulnerável a ataques XSS?
Para identificar se a sua aplicação está vulnerável a ataques XSS, você pode seguir várias práticas e utilizar ferramentas especializadas. Lembre-se apenas de que há algumas etapas importantes a serem seguidas.
- Testes de penetração regulares: isso pode ajudar a identificar vulnerabilidades XSS. Neste caso, testadores de segurança simulam ataques para encontrar pontos fracos na aplicação.
- Ferramentas de varredura de segurança automatizadas: são projetadas para detectar vulnerabilidades XSS. Soluções como OWASP ZAP, Burp Suite e outras podem ser muito eficazes nessa tarefa.
- Revisão de código: realizar revisões manuais, focando em áreas onde a entrada de dados do usuário é processada. É importante verificar se há validação e escapamento adequados.
- Implementação de Content Security Policy (CSP): monitorar e bloquear a execução de scripts não autorizados é outra forma de identificar movimentações suspeitas.
- Monitoramento de logs: monitorar logs de servidor e de aplicações para detectar atividades suspeitas que possam indicar a presença de scripts maliciosos.
Como se prevenir contra ataques XSS?
Até aqui, você pôde perceber que o XSS é perigoso e pode trazer diversas consequências para os usuários e as aplicações.
Para se prevenir contra ataques, é essencial implementar várias práticas de segurança e usar ferramentas adequadas. Confira quais são elas.
- Validação de entrada: sempre valide a entrada do usuário para garantir que ela não contenha scripts maliciosos. Utilize bibliotecas de validação específicas para a linguagem de programação que você está utilizando.
- Escapamento de saída: escape todas as saídas para que caracteres especiais sejam interpretados como texto simples em vez de código executável. Use funções de escapamento apropriadas para HTML, JavaScript e outros contextos.
- Content Security Policy (CSP): lembre-se de que implementar uma política de segurança de conteúdo pode ajudar a limitar quais scripts podem ser executados no seu site. Isso adiciona uma camada extra de proteção.
- Sanitização de dados: utilize bibliotecas de sanitização para limpar dados de entrada e remover qualquer conteúdo malicioso.
- Configurações seguras em frameworks: use as configurações de segurança padrão de frameworks modernos e assegure-se de que estão configuradas corretamente.
- Educação e conscientização: eduque profissionais de desenvolvimento sobre as práticas seguras de codificação e a importância da segurança digital.
- Utilização de ferramentas de segurança: opções como Static Application Security Testing (SAST) e Dynamic Application Security Testing (DAST) podem identificar vulnerabilidades XSS durante o desenvolvimento e a produção.
O XSS é uma das vulnerabilidades mais comuns e perigosas em aplicações web. Compreender como ele funciona e implementar práticas de segurança adequadas é crucial para proteger a sua aplicação e os dados do negócio de modo geral.
No entanto, para manter um site WordPress seguro em relação a outros tipos de vulnerabilidades, é preciso investir em soluções adicionais.
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