Descubra 8 dicas essenciais para aprimorar seu código PHP, explorando novos recursos e boas práticas para desenvolvimento web.

A linguagem PHP, criada há mais de três décadas, continua evoluindo de forma surpreendente e permanece como uma das mais utilizadas no desenvolvimento web. Apesar de veterano, o PHP não parou no tempo e vem recebendo inovações constantes – desde novos recursos de tipagem até construções de sintaxe mais enxutas e eficientes.  

Para acompanhar essa evolução, reunimos aqui 8 dicas de linguagem PHP que podem fazer toda a diferença no seu trabalho. 

Embora muitas dessas funcionalidades já estejam disponíveis em versões recentes do PHP (como 7.4, 8.0 e superiores), a adoção e o domínio prático de cada recurso tendem a se expandir conforme a comunidade evolui.  

Se você atua com frameworks populares como Laravel ou deseja se aprofundar na evolução do PHP, essas dicas serão especialmente úteis para tornar seu código mais moderno, legível e escalável. Algumas delas também se alinham às melhores práticas de por que usar PHP atualmente. 

Além do aspecto sintático, o entendimento das novas construções facilita a adoção de ferramentas de análise estática (como PHPStan) e o uso de IDEs com suporte avançado a features recentes.  

Mas, antes de falarmos sobre infraestrutura, vamos mergulhar nessas dicas e entender como cada uma delas pode melhorar o seu desenvolvimento neste ano e nos próximos. 

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    8 dicas de linguagem PHP para colocar em prática  

    Para facilitar, organizamos essas 8 dicas de modo que você consiga identificar como aplicá-las diretamente no seu dia a dia de desenvolvimento. Então, prepare seu editor de código, seu PHP instalado no Ubuntu (ou em qualquer outro SO) e vamos lá! 

    1. Expressões “match” – match expressions 

    Com a chegada do PHP 8.0 em 2020, um dos recursos que chamou atenção foi o match expression. Ele é uma forma mais concisa e poderosa de lidar com múltiplas verificações de valor, substituindo (em muitos casos) o antigo switch-case. Um exemplo simples: 

    // Exemplo de match expression 
    $resultado = match($status) { 
        ‘iniciado’  => ‘O processo já foi iniciado.’, 
        ‘pendente’  => ‘Ainda faltam etapas para finalizar.’, 
        ‘concluido’ => ‘Tudo pronto!’, 
        default     => ‘Status desconhecido.’ 
    }; 

    Repare como a sintaxe é mais limpa e não requer break ao final de cada caso. Se você quiser explorar trechos de código rapidamente, pode experimentar o PHP Sandbox

    Como funciona o `match` em PHP 

    O match é uma expressão, diferente do switch, que é uma construção de controle de fluxo. No match, cada caso tem implicitamente o retorno de uma expressão, não podendo existir repetições de valores iguais sem uma “junção” explícita. Isso torna seu comportamento mais previsível e seu código mais simples de ler. 

    Diferenças entre `match` e `switch` 

    • Sintaxe mais enxuta: você não precisa escrever break; 
    • Sem “fall-through”: ou seja, não há o risco de cair de um case para outro, o que reduz bugs; 
    • Expressão de retorno: match retorna um valor, enquanto switch é um fluxo de controle. 

    Exemplos práticos e ferramentas úteis 

    Além do PHP Sandbox para testes rápidos, vale a pena inserir match expressions em casos nos quais o seu código realizava um switch muito longo. Assim, você ganha clareza e elimina potenciais armadilhas de break. Em frameworks como Laravel, match pode simplificar métodos que lidam com diferentes estados de objetos ou enumeradores internos. 

    Leia mais:  

    2. Construtores de classe tunados 

    Outro ponto importante na linguagem PHP são as melhorias em construtores que surgiram a partir das versões 8.x. Agora é possível definir propriedades da classe de forma mais sucinta dentro do construtor, reduzindo o “boilerplate” e tornando o código mais elegante. 

    Melhorias nos construtores a partir do PHP 8.0 

    Antes, você precisava declarar as propriedades da classe, em seguida criar o construtor, repetir o nome das propriedades e dos parâmetros, entre outras repetições. Com as melhorias, a sintaxe ficou bem mais compacta, algo como: 

    class Usuario { 
        public function __construct( 
            public string $nome, 
            private int $idade, 
            protected bool $ativo = true 
        ) {} 

    Essa forma de “promoted properties” evita redundâncias e ainda deixa claro o nível de visibilidade de cada propriedade (public, private ou protected). 

    Como simplificar código com a nova sintaxe 

    Na prática, você não precisa mais criar métodos getters e setters básicos, pois o PHP já faz o mapeamento das variáveis do construtor para as propriedades da classe. É claro que, para um sistema complexo, ainda convém encapsular certas lógicas. Mas, para casos simples, essa sintaxe reduz dramaticamente o tamanho da classe. 

    Para analisar a qualidade do seu código e identificar oportunidades de refatoração, ferramentas como PHPStan entram em cena, indicando trechos obsoletos ou redundantes. Em ambientes de CI/CD, é possível configurar o PHPStan para garantir que todas as classes respeitem a nova sintaxe de construtores quando apropriado. 

    3. União, intersecção e tudo sobre tipos 

    Uma das principais queixas em versões antigas do PHP era a falta de tipagem robusta. Porém, isso mudou com a introdução de tipos de união (union types) e tipos de intersecção (intersection types). Esses recursos elevam o PHP a um novo nível de segurança e legibilidade, permitindo definir com maior precisão os tipos de parâmetros e retornos de função. 

    O que são tipos de união (`union types`) 

    Os union types surgem quando você deseja indicar que determinada variável ou parâmetro pode ser de mais de um tipo. Por exemplo, `public function processar(int|float $valor)`. Isso significa que a função aceita tanto int quanto float, e o interpretador consegue fazer a verificação apropriada. 

    Como usar tipos de intersecção (`intersection types`) 

    Já os intersection types se referem a cenários em que um objeto deve implementar mais de uma interface, por exemplo. Se você tem `interface A` e `interface B`, e precisa de um objeto que seja `A&B`, pode declarar algo como `public function testar(A&B $obj)`. Isso força o objeto passado a cumprir ambas as interfaces. 

    Essas inovações são especialmente importantes em projetos grandes, pois diminuem ambiguidades e permitem ao PHP (e às IDEs) oferecer feedback mais preciso durante a compilação ou edição. O PHPStorm, por exemplo, tem suporte robusto a union e intersection types, fornecendo autocompletes e alertas quando o código viola as definições de tipo. 

    4. A expressão throw 

    Até pouco tempo, o throw era visto como uma instrução (statement), mas as versões recentes do PHP o elevam a status de expressão. Na prática, isso torna o uso de exceções mais flexível, podendo, por exemplo, aparecer dentro de operadores ternários ou arrow functions. 

    Como `throw` pode ser usado como expressão 

    Imagine uma validação como esta: 

    $valor = $dados[‘chave’] ?? throw new InvalidArgumentException(“Chave não encontrada”); 

    Repare que utilizamos throw new InvalidArgumentException() no meio de uma expressão que atribui valor à variável. Se a chave não existir em $dados, a exceção é lançada imediatamente. Esse recurso elimina a necessidade de estruturas if intricadas, deixando o código mais conciso

    Vantagens no tratamento de exceções 

    Usar o throw como expressão traz maior fluidez ao código. Combina-se bem com operadores de coalescência nula, facilitando a notificação de exceções, caso algo falhe em tempo de execução. O resultado é um estilo de programação mais declarativo, em que cada linha deixa claro o que deve acontecer se as condições não forem atendidas. 

    Debugging avançado com ferramentas como Xdebug 

    Para inspecionar o fluxo de exceções, vale a pena utilizar Xdebug, que é um depurador para PHP. Ele permite analisar o call stack, identificar pontos de lançamento de exceções e rastrear variáveis em tempo real, auxiliando no ajuste fino das expressões de throw

    5. Arrow functions 

    As arrow functions (ou funções seta) chegaram ao PHP inspiradas em linguagens como JavaScript. São úteis para escrever funções anônimas muito curtas, sem a necessidade de toda a sintaxe de closures. A aparência é `fn($x) => $x * 2;`. 

    Como funcionam as arrow functions (`fn() => …`) 

    Arrow functions mantêm acesso ao escopo de variáveis externas por valor, diferentemente das closures tradicionais, que se baseiam em use. Eis um exemplo: 

    $multiplicar = fn($a, $b) => $a * $b; 
    echo $multiplicar(3, 4); // 12 

    Para funções simples e curtas, as arrow functions tornam o código mais limpo. Porém, se a lógica for mais complexa, ainda convém usar closures com corpo extenso, para que o leitor do código identifique as partes da lógica com clareza. 

    Diferença entre arrow functions e closures tradicionais 

    • Arrow → Sintaxe mais curta, sem use, e sempre por valor. 
    • Closure → Permite corpo de função grande, use de variáveis etc. 

    No geral, arrow functions são ideais para retornos diretos ou simples cálculos inline. Para algo maior, closures tradicionais ainda são mais adequadas. 

    Casos de uso e ferramentas para otimizar código 

    Em frameworks como Laravel, arrow functions podem simplificar callbacks de coleções, tornando a leitura imediata. Se você deseja otimizar ainda mais seu fluxo, pode combinar esse recurso com outras facilidades do Laravel (como Collections) e, assim, reduzir a verbosidade das funções anônimas. 

    6. Números grandes com o separador `_` 

    Para facilitar a leitura de números grandes, o PHP 7.4 introduziu o separador de dígitos `_`. Assim, você pode escrever `1_000_000` em vez de `1000000`. Embora seja um detalhe aparentemente simples, traz um grande benefício em aplicações que lidam com montantes financeiros ou constantes numéricas extensas. 

    Como usar o separador de milhares em números 

    A sintaxe é direta: 

    $valor = 2_500_000; 

    No runtime, esse valor é interpretado como `2500000`, sem mudanças de tipo ou implicações de performance. Contudo, a legibilidade melhora para quem programa. 

    Benefícios para legibilidade do código 

    Quem já debugou aplicações que lidam com cifras ou quantias em bytes sabe o quanto é fácil se perder no meio de tantos zeros. O `_` corrige esse problema, trazendo um padrão de escrita similar ao que se encontra em outras linguagens (como Java e C#). 

    Em aplicações financeiras, esse separador pode fazer diferença na manutenção e revisão do código, pois eventuais erros de digitação ficam mais evidentes. 

    Exemplos e boas práticas 

    Use `_` com coerência. Evite misturá-lo em lugares que não façam sentido ou colocar underscores em formato inconsistente. O ideal é agrupar por milhar, como `1_234_567` em vez de `123_4567`. Nesse caso, ferramentas de formatação (linters) podem auxiliar na padronização. 

    7. Operador nullsafe `?->` 

    O operador `?->` (nullsafe) foi outra adição muito aplaudida por quem usa PHP. Ele impede erros de “chamada de método em variável null”, que antes forçavam checagens repetitivas. 

    Como evitar erros com `?->` 

    Ao usar `?->`, se a variável antes do operador for null, então, a cadeia de chamada retorna null em vez de gerar um erro. Veja um exemplo: 

    $endereco = $usuario?->getPerfil()?->getEndereco()?->getBairro(); 

    Assim, se `getPerfil()` ou `getEndereco()` retornar null, toda a expressão se torna null sem lançar exceção, evitando a PHP Fatal Error

    Diferença entre `nullsafe` e operadores tradicionais 

    • Chamada segura: antes, era comum fazermos if ($obj !== null) para cada método. Agora, está simplificado. 
    • Menos repetição: o uso do nullsafe remove a necessidade de repetidas verificações de existência de objeto. 

    O uso indiscriminado de `?->` pode, no entanto, mascarar problemas de lógica. Então, é importante compreender em que cenários faz sentido retornar null silenciosamente e em quais você realmente precisa de um erro explícito. 

    Testes e validações usando PHPUnit 

    Para garantir que a utilização de nullsafe esteja correta, teste cenários nos quais os objetos podem ou não existir. O PHPUnit é uma ferramenta essencial para isso, permitindo simular diferentes estados de objetos e avaliar se o retorno é condizente. Se certo método que não deveria nunca ser nulo retorna null silenciosamente, é um alerta de design. 

    8. Objetos como valor padrão de funções e propriedades 

    Por fim, uma prática moderna (que gradualmente ganhou suporte no PHP) é o uso de objetos como valores padrão, tanto em parâmetros de funções quanto em propriedades de classe. Embora haja restrições, as versões recentes do PHP passaram a permitir certos usos dessa funcionalidade, simplificando a inicialização de estruturas de dados. 

    Como definir valores padrão usando objetos 

    O mecanismo típico é apontar para `const`antes ou expressões estáticas. Por exemplo: 

    class Exemplo { 
        private DateTime $data; 
        public function __construct(DateTime $dt = new DateTime(“now”)) { 
            $this->data = $dt; 
        } 

    Assim, se o usuário não passar um objeto DateTime, o construtor cria um por padrão. Essa capacidade reduz boilerplate e torna a API de uso mais simples. 

    Exemplos práticos e aplicações reais 

    Imagine um componente que sempre precisa de uma instância de logger. Podemos fornecer um logger básico por padrão, mas também permitir que o usuário injete um logger customizado quando desejar algo mais avançado. 

    Ferramentas para gerenciar objetos PHP 

    Em ecossistemas como Symfony ou Doctrine ORM, controlar a criação de objetos é essencial para a injeção de dependências ou mapeamento de entidades. Com valores padrão, simplificamos configurações e deixamos claro que, na ausência de injeção manual, a classe usará um objeto genérico. 

    Conclusão 

    A linguagem PHP, frequentemente mencionada em blogs especializados, como o da Locaweb, segue firme no cenário do desenvolvimento web, adaptando-se às exigências de desempenho e segurança dos novos tempos.  

    As dicas apresentadas ao longo deste artigo demonstram como a adoção de recursos como match expressions, union/intersection types, arrow functions, nullsafe operator, construtores tunados e uso de objetos em valores padrões pode elevar a qualidade do seu código. 

    Em um mundo cada vez mais competitivo e cheio de inovações, manter-se atualizado com as novidades da linguagem é vital para entregar produtos robustos e escaláveis. O PHP, que outrora foi subestimado, consolida-se agora como uma linguagem madura, capaz de atender projetos de grande porte. Desde a história e evolução do PHP até as aplicações mais avançadas, seu ecossistema cresceu e mostrou resiliência. 

    Por fim, a cada ano que passa, o PHP se reinventa, incorporando tendências de outras linguagens e mantendo uma comunidade ativa que propõe soluções inovadoras. Tais atualizações não são apenas estéticas: elas contribuem para um ecossistema mais seguro e padronizado, onde recursos como union e intersection types tornam o código menos sujeito a bugs e falhas de tipagem. 

    O PHP ainda tem um futuro próspero pela frente, principalmente quando apoiado em práticas modernas de código e nas funcionalidades que foram abordadas. Independentemente do framework ou IDE que você use, essas 8 dicas formam um conjunto coeso de estratégias para alcançar maior produtividade e qualidade em projetos de todos os portes.  

    E para quem deseja estabilidade e performance em seus projetos, o Servidor VPS Locaweb é uma solução robusta para aplicações de alta demanda. Assim, você explora as melhores práticas da linguagem sem esbarrar em limitações de ambiente. Conheça os planos!  

    O autor

    Rodrigo Cardoso (Pokemaobr)

    Conhecido como Poke, é Streamer (Live "Coder") na Twitch, Web Developer e apresentador do talk show "The Velopers". Com bacharelado em Matemática e MBA em SOA, Poke atua como desenvolvedor e organizador de eventos de TI. É evangelista PHPSP e criador do PokePHP, focando em disseminar conteúdos técnicos e humor para a comunidade de desenvolvedores. Nas horas vagas, ele adora se conectar com a comunidade e compartilhar seu conhecimento de maneira divertida e informativa.

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