Conheça os principais indicadores SaaS, veja como é fácil calculá-los e saiba extrair os insights que vão nortear as tomadas de decisão do seu negócio.

Por Superlógica Tecnologias

Quando falamos em estratégias de gestão financeira, monitorar determinadas métricas de performance é uma prática essencial para o empreendedor conhecer a saúde do seu negócio, extrair insights e tomar decisões-chave para a correção de rota e o crescimento da empresa.

Para as empresas baseadas em vendas recorrentes (por assinatura), calcular as chamadas “métricas SaaS” é ainda mais fundamental. SaaS é a sigla de Software as a Service (Software como Serviço, em português), um modelo de negócio que comercializa a utilização de plataformas digitais hospedadas em nuvem em troca de mensalidades.

Nesse formato, os clientes que desejam utilizar o software não precisam instalá-lo nem obter uma licença de uso, basta pagarem a assinatura.

Para que esse modelo escale e, ao escalar, seja exponencial também nos lucros, é preciso que alguns ponteiros estratégicos estejam no lugar certo. Neste post, trouxemos 10 das principais métricas SaaS para você conhecer, saber calcular e melhorar a tomada de decisões do seu negócio. Veja.

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    1. Churn Rate (Taxa de Cancelamento)

    O churn é a taxa de cancelamento de um negócio por assinatura, ou seja, o percentual de clientes que deixaram de assinar o serviço em determinado período – geralmente medido em um mês ou um ano.

    Para obter o churn, o cálculo é simples: divida o número de cancelamentos do período escolhido pelo número de usuários que havia no início desse mesmo período, depois multiplique o resultado por 100 e conheça a porcentagem.

    Por exemplo, se você perdeu 80 assinaturas em um mês em uma carteira de 1.600 assinaturas, a sua taxa de churn será de 80 ÷ 1.600 x 100, o que dá 5%.

    Empresas que trabalham com receitas recorrentes precisam manter o churn em um nível baixo para que a perda com cancelamentos seja menor que o incremento com novas assinaturas e com upsell, que é o upgrade de uma assinatura para outra mais completa e de valor mais elevado.

    2. Lifetime Value (Valor do Tempo de Vida)

    O lifetime value (LTV), também chamado de valor do tempo de vida do cliente, mede a receita total que um cliente gera durante o período em que está ativo na carteira da empresa.  A “vida” ou o “ciclo” do cliente, nesse caso, é o período desde o momento em que ele assina o serviço até o momento em que ele o cancela.

    Embora seja possível calcular o LTV de um único cliente, o mais importante é saber o valor médio de todos os usuários. Por isso, o cálculo considera o ticket médio e a longevidade média dos clientes na empresa.

    Assim, para calcular o LTV bruto, basta multiplicar a receita média por usuário pela longevidade média dos clientes.

    Por exemplo, se a receita média mensal por cliente na sua empresa SaaS é de R$ 80 e o tempo que cada cliente mantém sua assinatura antes de cancelá-la é de, em média, 36 meses, o LTV do seu negócio é de R$ 80 x 36 meses = R$ 2.880.

    Como esse cálculo apresenta um resultado bruto, para ter clareza do valor real que cada cliente representa, você pode calcular o percentual da receita que sobra após o pagamento das despesas operacionais, administrativas e de marketing. Basta aplicar essa margem de lucro ao LTV bruto para obter o LTV real, que muitos chamam de CLV, ou Customer Lifetime Value.

    Por exemplo, se você concluir que 30% da receita bruta é o que sobra após o pagamento de todas as despesas e dos custos de aquisição (ou seja, que a sua margem de lucro é de 30%), o seu CLV será R$ 2.880 x 30% = R$ 864.

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    3. Custo Por Lead (CPL)

    Para calcular o custo por lead, é preciso ter na ponta do lápis o quanto a sua empresa gasta com marketing digital para captação de leads. Lembrando que lead é o cliente potencial, que sinalizou interesse por algum produto, serviço ou conteúdo da sua empresa ao fornecer dados de contato.

    A utilidade do CPL é que, como apenas um pequeno percentual dos leads se torna cliente de fato, é desejável você conseguir gerar muitos leads a um custo unitário baixo.

    A fórmula é simples: basta dividir o total gasto com captação de leads em determinado período pelo número de leads captados nesse mesmo período.

    Exemplo: se a sua empresa gastou R$ 3 mil em marketing digital voltado à captação de leads em determinado mês e atraiu 250 pessoas no mesmo período, o custo por lead foi de R$ 3 mil divididos por 250 leads, o que dá R$ 12 por lead.

    4. Custo Por Oportunidade (CPO)

    O CPO nada mais é do que o custo por lead qualificado – o lead que, após ter demonstrado interesse por algum conteúdo da sua empresa, avançou no funil de vendas e está em busca de informações sobre um produto ou serviço.

    Para filtrar esses leads, certifique-se de que o interessado em determinada solução também ocupa posição estratégica em uma empresa que tenha fit com o seu produto ou serviço.

    A partir daí, a conta é a mesma: divide-se o total gasto com a captação de leads em determinado período pelo número de leads qualificados que foram atraídos, ou seja, pelo número de oportunidades geradas nesse período.

    Esse custo vai ser sempre maior que o custo por lead porque só uma parte do total de leads é de leads qualificados.

    5. Custo de Aquisição por Cliente (CAC)

    O CAC segue a mesma lógica das duas métricas anteriores, com pequenas diferenças: aos gastos com marketing digital devem ser acrescidas as despesas com vendas, e a divisão é feita pelo número de leads convertidos, aqueles que efetivamente assinaram um serviço da empresa.

    Como exemplo, se foram gastos R$ 4.500 em marketing para atrair leads e realizar as vendas, e, no mesmo período, 50 clientes novos foram atraídos, o custo de aquisição por cliente foi de R$ 4.500 dividido por 50 clientes, ou R$ 90 por cliente.

    O Custo de Aquisição por Cliente sempre será maior que o Custo por Oportunidade e o Custo por Lead, porque no CAC sobram apenas os leads residuais que acabaram convertidos em vendas, e os gastos ainda incluem as despesas com vendas.

    6. Taxa de Conversão

    A taxa de conversão é uma métrica para aferir a porcentagem da sua audiência que passou de uma etapa do funil para outra, ou seja, a proporção de interessados que viraram leads e de leads que viraram clientes.

    Para calcular o indicador, basta dividir o número de conversões pelo número de visitas ou de contatos recebidos. Em um site que recebeu 3.000 visitas e teve 300 formulários preenchidos, por exemplo, a taxa é de (300 ÷ 3.000) x 100 (para calcular a porcentagem), o que dá 10%.

    7. Ticket Médio

    Trata-se do quanto cada cliente paga por mês, em média, pelas assinaturas que a empresa comercializa. Está intimamente ligado à precificação dos produtos e é um importante indicador da saúde financeira do seu negócio.

    Ele é obtido pela soma das receitas de determinado período dividida pelo número total de clientes ativos na carteira. Como exemplo, se uma empresa fatura R$ 400.000 por mês e tem 4 mil assinantes, seu ticket médio é R$ 400.000 ÷ 4 mil, o que dá R$ 100.

    Com esse indicador, você fica sabendo, por exemplo, se o gasto médio mensal de cada cliente está acima ou abaixo do seu produto de valor intermediário. Outra utilidade é gerar insights para as estratégias de atração e prospecção de novos clientes.

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    8. Receita Recorrente Mensal (MRR)

    MRR é a sigla para Monthly Recurring Revenue, que pode ser traduzido para português como Receita Recorrente Mensal. Refere-se ao valor total que a empresa recebe dos clientes mensalmente por meio dos planos de assinatura.

    Existem vários fatores que impactam o resultado do MRR, como os reajustes no preço das assinaturas, upsells, downsells, novos usuários e cancelamentos.

    Por isso, esse indicador está em constante transformação, merecendo um olhar detalhado de como ele se modifica de acordo com as seguintes variáveis:

    • MRR mensal: é o último MRR calculado;
    • Novo MRR: é a receita recorrente adicionada pelos novos clientes;
    • MRR de expansão: é a receita recorrente adicionada pela expansão dos clientes da base com upsell e cross-sell;
    • MRR de reativação: é a receita recorrente adicionada pelos clientes que reativaram sua assinatura suspensa ou cancelada;
    • MRR de retração: é a receita recorrente perdida com clientes da base que passaram a pagar menos pela assinatura por causa de downsell, desconto, etc.;
    • MRR perdido: é a receita recorrente perdida pelo cancelamento de assinaturas.

    A soma do último MRR mensal com o novo MRR, com o MRR de expansão e com o MRR de reativação, subtraídos do MRR de retração e do MRR perdido, dá o MRR atual.

    9. Receita Recorrente Anual (ARR)

    ARR é a sigla para Annual Recurring Revenue, ou Receita Recorrente Anual, em português. Trata-se do valor total que a empresa recebe anualmente por meio dos planos de assinatura.

    Como uma empresa SaaS é bastante dinâmica, o MRR geralmente é mais utilizado no dia a dia do negócio do que o ARR, que é anual. No entanto, em companhias que já possuem uma trajetória mais longa, observar os resultados do ARR facilita a visão geral do desempenho do negócio ao longo dos anos.

    A evolução do MRR e do ARR gera um indicador específico, o growth rate, ou taxa de crescimento. Ele é calculado a partir da diferença de MRR ou ARR entre um período e outro anterior.

    O cálculo é feito pela divisão do período mais recente pelo período anterior, multiplicando-se o resultado por 100 para obter a porcentagem. Por exemplo, se o MRR de abril foi R$ 42.678 e o de maio R$ 44.560, o growth rate no período foi de 4,4%, resultado da conta (R$ 44.560 ÷ R$ 42.678) x 100.

    10. Net Promoter Score (NPS)

    Net Promoter Score (NPS) é um conhecido recurso de medição da fidelidade do cliente.

    Para medir essa satisfação, basta fazer a seguinte pergunta ao seu cliente assinante: “Em uma escala de 0 a 10, o quanto você recomendaria nosso produto ou serviço a uma empresa, um amigo ou um colega?”.

    Mas, diferentemente do que o senso comum pode supor, o NPS não é uma simples média das respostas, e sim uma conta que deduz das boas notas as notas negativas.

    Basicamente, o NPS é a soma dos percentuais de clientes satisfeitos que deram uma nota 9 ou 10, subtraída do percentual de clientes “detratores”, que deram notas de 0 a 6.

    Os respondentes que deram notas 7 ou 8 são considerados neutros ou passivos porque embora não estejam insatisfeitos, também não estão fidelizados.

    Como exemplo, vamos considerar um levantamento hipotético com 404 clientes participantes: 220 deram notas 9 ou 10, 115 notas 7 ou 8, e 68 notas de 0 a 6.

    Extraindo os percentuais, você tem 54,6% de clientes satisfeitos, 28,5% de clientes neutros e 16,9% de clientes detratores.

    Para calcular o NPS, subtraímos os 16,9% de detratores dos 54,6% de clientes satisfeitos e chegamos ao número final, 37,7.

    Uma tabela indica o nível de satisfação em que seus clientes se enquadram. A pontuação do NPS varia de -100 a 100.

    • de -100 a 0: a reputação é muito ruim (não é o caso do nosso exemplo)
    • de 1 a 50 pontos: a reputação é razoável, com pontos a melhorar (é onde se enquadra o nosso exemplo)
    • de 51 a 75 pontos: há um reconhecimento da qualidade, com margem para melhorar
    • e de 76 a 100 pontos: a sua empresa está na zona da excelência, parabéns!

    Faça o possível para entender o que pode ter saído errado com os clientes insatisfeitos e dê um feedback a eles, de preferência com as suas reclamações já resolvidas. Então, comece a se antecipar aos problemas, evitando que voltem a acontecer regularmente no futuro.

    Agora que você conhece a importância dos indicadores SaaS, fique com esta dica: para obter suas métricas na periodicidade que desejar, diretamente na tela do seu computador, de forma automática, sem precisar sequer fazer um cálculo, basta sua empresa aderir a um software de gestão com essa funcionalidade.

    A Plataforma de Gestão de Assinaturas Superlógica, por exemplo, não apenas calcula e emite mais de 70 relatórios (!) com todas as principais métricas SaaS, como também automatiza e simplifica o gerenciamento de contratos, planos de assinaturas, faturamento e cobranças recorrentes, reduzindo em até 50% os custos com controle financeiro. Mais que um software, é uma solução 360º criada para a sua empresa crescer.

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    O autor

    Juliana Fernandes

    Ju é jornalista e Analista de Conteúdo na Locaweb, com especialização em Gestão de Conteúdo para Mídias Digitais pelo Senac. Há mais de 15 anos, vem construindo sua trajetória profissional no mundo da comunicação. Atuando em frentes como: produção de conteúdo, gestão de redes sociais e assessoria de imprensa. Sua paixão pelo jornalismo a motiva a contar histórias de maneira envolvente e a adaptá-las para diferentes canais e públicos. Acredita no poder das boas narrativas para transmitir mensagens relevantes. Com um olhar atento e curioso, está sempre em busca de novas ferramentas para desenvolver estratégias personalizadas que conectem marcas e pessoas.

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