Contestação de pagamento impacta diretamente empreendedores com lojas online

Se você tem um e-commerce, precisa saber o que é chargeback e como funciona essa prática. A contestação de pagamento de compras virtuais é um direito do consumidor, mas pode ser um prejuízo e uma dor de cabeça para empreendedores. 

Por isso, é importante colocar em prática um plano de ação para evitar o chargeback e ter uma operação mais sustentável da loja online. Neste texto, vamos explicar como um lojista pode contestar um pedido de chargeback. 

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    O que é chargeback?

    Chargeback é quando um cliente não identifica uma compra feita em um site e pede o cancelamento do pagamento para a operadora do cartão de crédito. Essa operação não tem custo para o consumidor, mas gera perda para o lojista. 

    O sistema foi criado porque compras online não exigem senha. Além disso, se o site não tiver a segurança necessária, pode estar suscetível a fraudes que geram maior número de chargebacks. O processo para o comprador é simples. Basta o titular do cartão de crédito entrar em contato com a operadora e informar que não fez a compra. Há casos, no entanto, em que a operadora ou o banco cancelam a compra sem a necessidade de haver contato do titular, por identificarem problemas na transação. 

    Para o empreendedor, o prejuízo ocorre porque o aviso de chargeback de uma compra virtual pode levar até 90 dias. Até lá, o produto pode ter sido enviado e a entrega, realizada, e esse custo não é devolvido para a loja online. Entre as despesas estão taxa de processamento do cartão, taxa da instituição bancária, custo indireto com sistemas operacionais, entre outros. 

    nota fiscal de uma compra online.
    Chargeback é quando o cliente não reconhece uma compra na fatura do cartão de crédito. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

    Quais são os tipos de chargeback?

    Há diferenças entre os tipos de chargeback. Confira-as a seguir.

    Em caso de fraude

    Fraude deliberada: quando os dados do cliente são roubados por hackers e fraudadores e alguém faz uma compra não autorizada pelo titular do cartão, passando-se por ele.  

    Fraude “amiga”: quando uma pessoa conhecida faz a compra em nome do titular. É comum familiares comprarem usando cartões uns dos outros. Mesmo que não haja má intenção, o titular pode pedir o chargeback ao não reconhecer a compra. 

    Autofraude: quando o titular faz a compra, mas finge não reconhecê-la e pede o chargeback. Muitas vezes, por má-fé, a pessoa fica com a compra e ainda assim solicita o cancelamento da transação. 

    Por desacordo comercial

    Crédito não processado: quando o cliente solicita o estorno diretamente à loja, mas não recebe o dinheiro de volta e recorre à operadora. 

    Até quanto tempo um chargeback pode ser aberto?

    O prazo para um comprador solicitar chargeback é de até 180 dias após a transação. O reembolso acontece automaticamente após o pedido do titular do cartão de crédito. Caso a compra tenha sido parcelada, o prazo começa a partir do dia do pagamento da última parcela. 

    Depois da solicitação do cliente, o passo a passo do chargeback é o seguinte.

    1. Análise do banco

    Apesar de ser um processo rápido, o banco faz uma análise da transação. Caso sejam encontradas irregularidades ou fraudes, o cancelamento é efetuado. 

    2. Contestação da loja

    O e-commerce é notificado quando há alguma solicitação de chargeback. Caso identifique que a compra realmente foi realizada, pode dar início a um processo de contestação. Para isso, precisa comprovar que a transação ocorreu corretamente. 

    3. Envio de documentos e comprovantes para contestação

    O lojista precisa reunir documentos que comprovem que a compra foi efetuada pelo consumidor. O prazo para contestação depende da bandeira do cartão de crédito do cliente, podendo ser entre 18 dias e 40 dias. 

    Documentos que podem comprovar a compra:

    • informações do pedidonota fiscal, recibos, faturas;
    • informações do cliente — nome, endereço, telefone, e-mail, entre outros;
    • comprovante de entrega — número de rastreamento do pedido, assinatura recolhida pela transportadora na entrega e outros comprovantes de que o pedido foi aceito pelo comprador.
    homem indignado olhando para um papel.
    Chargeback gera despesas para lojistas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

    Quais são as diferenças entre chargeback, estorno e reembolso?

    O chargeback envolve algum tipo de fraude ou problema na transação. Dessa forma, deve ser separado dos registros de estorno e reembolso. 

    O estorno acontece quando a administradora do cartão de crédito, a pedido do cliente, solicita à loja o cancelamento da compra. O reembolso é quando o comprador solicita diretamente ao e-commerce a devolução do pagamento por ter ficado insatisfeito ou desistido do produto. Tanto o estorno quanto o reembolso geralmente ocorrem de forma mais amigável.

    Em uma planilha de despesas, é importante diferenciar os três tipos de ocorrências para saber qual medida tomar em cada uma; se é necessário investir em segurança para proteger o e-commerce ou até mesmo segmentar melhor o marketing para atrair consumidores que tenham mais afinidade com o produto. O chargeback pode acender um alerta sobre as formas de pagamento e da estratégia da empresa. É importante ficar atento. 

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